martes, 4 de agosto de 2020

Juan Carlos I, um líder antes que um rei / Francisco Poveda *


Juan Carlos I é um rei, um Chefe de Estado, o chefe de uma dinastia, da Casa Real espanhola e comandante-em-chefe do Exército. Mas, sobretudo, é o líder do corpo social de um país com muita história. Nenhum país pode funcionar sem um líder, se entendermos a função como uma influência sobre a maioria. E ele há sido, indiscutivelmente, o lide da Espanha durante 32 dos seus 70 anos, em uma nação pouco monárquica apesar de ter sido quase sempre, e historicamente desde 1492, uma monarquia unitária. E antes um conjunto de monarquias peninsulares de todos tipos, sortes e destinos.
" O já longo reinado de Juan Carlos I está sendo uma das épocas de maior esplendor e progresso do país "

A Espanha, um país de vales e montanhas, é um local de muito difícil gestão. Depois de um mais que turbulento século XIX e um século XX que apontava para superá-lo para o pior, o já longo reinado de Juan Carlos I está sendo uma das épocas de maior esplendor e progresso do país, só equiparável ao governo de seu parente direto Carlos III no século XVIII. E democrático ao estilo saxão ou escandinavo. 

Em um momento em que, pela idade do rei e o tempo ocupando o trono, começa-se a fazer balanços, e alguns na Espanha, desde a direita mais conservadora e a esquerda mais extrema, aproveitam para questionar a legitimidade da instituição, convém refletir sobre a necessidade, ou não, de prescindir de uma liderança tão popular e garantidora para os espanhóis. Nenhum monarca na história contemporânea da Espanha esteve tão perto do povo. 

Juan Carlos I demonstrou ser peça fundamental numa engrenagem constitucional complexa, ainda que consensual, reformável e dificilmente substituível agora por outra menos equilibrada e solidária. Agora por agora, o rei é a garantia de liberdades públicas reais e não só formais, da sobrevivência da Espanha como tal e em sua diversidade, da moderação na vida pública, da defesa nacional na qualidade de vértice das Forças Armadas e da política externa. Que líder em nossa história reuniu sequer a metade destas qualidades todas? 

O monarca segue sendo, apesar da sua idade e tempo no trono, o garantidor também da própria instituição monárquica. Enquanto viva e mantenha seu juízo são, não parece possível convulsão alguma no sistema, apesar de ser o espanhol, todavia, um povo imprevisível. Nenhuma plutocracia à espreita parece ter o que fazer quanto a isso. Tampouco há a vista alguma figura política com suficiente estatura de estadista e capacidade de agregação bastante para propor a sério, e ao destino, uma mudança da monarquia à república na Espanha.
" Não são poucos, nem pouco ambiciosos, os políticos que estão esperando seu momento de ser presidente de uma nova república após a morte do rei "


Inclusive, se após Juan Carlos I se proclamasse a III República, seria uma estupidez e uma torpeza política tentar apagar os sinais visíveis de seu longo reinado, numa vã tentativa de retificar a história "a posteriori". Isso porque não são poucos, nem pouco ambiciosos, alguns políticos de certo perfil, de direita e de esquerda, que estão esperando seu momento de ser presidente de uma nova república após a morte do rei. Seus nomes estão nas mentes de todos e um deles é, até hoje, sem vergonha, conselheiro de Estado em exercício. 

Não nos enganemos: alguns deles já movem desde já as forças da mídia desde fora da Espanha para que se produzam ataques, ainda que sutis, a Juan Carlos na imprensa internacional, e isso não parece furto da casualidade nem da conjuntura. Esses ataques respondem a interesses alheios à opinião pública da Espanha e aos espanhóis. Seu objetivo imediato é a erosão da figura do rei justamente num ponto de inflexão causado por sua idade, seu estado de saúde e o estresse inerente da sua alta responsabilidade. 

Também estão surgindo livros e textos que desprestigiam o herdeiro de Juan Carlos. E temos ouvido e visto programas de rádio e televisão dentro da Espanha cujo objetivo não parece ser o de favorecer a liderança do rei, chegando-se inclusive a pedir sua abdicação, como se estivéssemos diante de um outro Fernando VII. Demasiadas coincidências no tempo e demasiados impacientes esperando seu momento para, eventualmente, ocuparem a Chefia do Estado. 

Mas o futuro ainda não está escrito e Juan Carlos ainda traz consigo poderosa força de inércia para que alguém tente parar a seco a monarquia. Uma grande porcentagem dos espanhóis não conheceu outro líder. Já outra grande parte sabe, agradecida, que ele está cumprindo seu papel histórico com tato, discrição, grande diligência e muita dignidade. E segue sendo, no momento, ínfima a minoria que está propondo alternativas em vida ao próprio rei, o que deixa ainda mais difícil a situação de um príncipe das Astúrias pouco entusiasmado com o cargo, mas também tomado pelo dever dinástico ao alcançar 40 anos, casar e ser pai duas vezes.
" O tempo do futuro Felipe VI não terá nada a ver com o de Juan Carlos I, embora a Espanha continue essencialmente a mesma "


O próprio rei sabe das dificuldades que seu herdeiro terá para conservar o trono. Mas pior era sua situação ao ganhá-lo por consenso em novembro de 1975. No fim, a questão será a mesma: demonstração de utilidade e capacidade de liderança. E independência de grupos de interesse no que será então uma democracia telemática, para qual o rei carece de planos. O tempo do futuro Felipe VI não terá nada a ver com o de Juan Carlos I, embora a Espanha continue essencialmente a mesma. 

Por mesma me refiro à dificuldade de gestão do país. Quando seus dirigentes não foram muito capazes de entender-la, fracassaram de pronto. Hoje ninguém discute que a república é uma forma de governo mais abrangente e moderna (se mais democrática, ainda estamos por ver), mas a monarquia constitucional não deixa a dever na capacidade de gerar bem-estar para o cidadão, do Pacífico ao Báltico. O que ainda está por demonstrar é se a república resultará mais idônea para um país de tanta complexidade e atormentada história como a Espanha. 

Ficou demonstrado historicamente que só com fortes lideranças é possível o progresso da Espanha com unidade na diversidade. Nossa característica individualista não deixa muito lugar para decisões colegiadas, condicionadas, compartilhadas ou vazias de conteúdo. A moderação é, em nosso caso, uma condição e uma necessidade. E parece que a pode sustentar melhor uma autoridade neutra de longa projeção no tempo que outra submetida a revalidação periódica ou a interesses partidaristas do momento. 

Nossa transição política tem sido um modelo, mas só da perspectiva da nossa história recente desde meados do século XIX. Apesar do pacto pela não ruptura, tivemos episódios trágicos. Agora estão mais claros os erros e acertos da fórmula, mas a monarquia não pode ser em nenhum caso o bode expiatório de um "neo-franquismo" que resiste a sucumbir nas mãos da História ou de uma Igreja dominada por uma corrente integralista alheia ao Catolicismo espanhol. 

A Juan Carlos I temos que julgar o que fez como rei desde 1976 e não o que fizeram o que dele se utilizaram após a vitória da democracia sobre o totalitarismo em 1945. Se a reforma política de 1978 encerra necessárias rupturas, a sua foi a primeira como condição "sine qua non" para legitimá-lo no começo de seu reinado e para mostrar estar à altura do cargo após a tentativa de golpe militar de fevereiro de 1981. Por suas mãos, a Espanha entrou na União Européia em 1986 depois de décadas de tentativas vãs e recuperou os parâmetros democráticos perdidos em 1936 com a eclosão da Guerra Civil.
" Monarquia ou república é um debate em que se deve pesar a haveres e deveres de cada sistema de governo "

O agora tão admirado por todos Adolfo Suárez foi por Juan Carlos escolhido, que lhe deu cobertura e deixou agir segundo a conveniência de ambos. Mesmo a incomum duração da permanência de Felipe González no Palácio de La Moncloa foi alheia à intenção do monarca de consolidar uma democracia para todos. Só por isso o rei da Espanha merece, no seu aniversário de 70 anos, a gratidão dos cidadãos por evitar a repetição de episódios que, novamente, nos fizessem sentir envergonhados como espanhóis perante o mundo. 

Monarquia ou república é um debate em que se deve pesar a haveres e deveres de cada sistema de governo segundo nossa própria experiência e a do nosso entorno para vermos se vale à pena provar a mudança apenas pela própria mudança. É uma questão de calcular o risco e pesar o preço desta decisão se se quer apresentar essa possibilidade algum dia. 

Em uma democracia consolidada, como a que nos deixa Juan Carlos I, é até cabível propor prescindir justamente de quem a fez possível com sua liderança. A soberania reside desde 1978 nos espanhóis porque o monarca recusou ser cúmplice e vértice de uma ditadura institucional com aparência de democracia no primeiro momento e depois renunciou poderes civis executivos com a posterior Constituição. Essa é sua grandeza e seu enorme mérito. 


(*) Francisco Poveda é jornalista e professor universitário espanhol



(Publicado em 'O Globo', Brasil, 4 de Janeiro de 2008)

lunes, 3 de agosto de 2020

Juan Carlos I se autoexilia, sentencia la Transición y deja a su suerte una Monarquía hoy a la deriva con Felipe VI


MADRID.- El Rey Juan Carlos ha comunicado a Felipe VI su decisión de trasladar su residencia fuera de España. Según relata Zarzuela en un comunicado, el Rey Emérito recuerda que hace un año decidió expresar su voluntad de dejar de desarrollar actividades institucionales y que ahora, "ante la repercusión pública que está generando ciertos acontecimientos pasados" de su vida privada, ha decidido trasladarse fuera de España.

"Es una decisión que tomo con profundo sentimiento, pero con gran serenidad", explica Juan Carlos I, justificando su decisión "para contribuir a facilitar el ejercicio" de las funciones de su hijo como Jefe de Estado.
En su carta, el padre del Rey alude sin mencionarlo al caso de las supuestas donaciones de Arabia Saudí no declaradas a Hacienda, una investigación que arrancó en Suiza y que está estudiando la Fiscalía del Supremo.
"Con el mismo afán de servicio a España que inspiró mi reinado y ante la repercusión pública que están generando ciertos acontecimientos pasados de mi vida privada, deseo manifestarte mi más absoluta disponibilidad para contribuir a facilitar el ejercicio de tus funciones, desde la tranquilidad y el sosiego que requiere tu alta responsabilidad. Mi legado, y mi propia dignidad como persona, así me lo exigen.
Hace un año te expresé mi voluntad y deseo de dejar de desarrollar actividades institucionales. Ahora, guiado por el convencimiento de prestar el mejor servicio a los españoles, a sus instituciones y a ti como Rey, te comunico mi meditada decisión de trasladarme, en estos momentos, fuera de España.
Una decisión que tomo con profundo sentimiento, pero con gran serenidad. He sido Rey de España durante casi cuarenta años y, durante todos ellos, siempre he querido lo mejor para España y para la Corona.
Con mi lealtad de siempre. Con el cariño y afecto de siempre, tu padre."
Ante esta carta, el Rey Felipe ha transmitido a su padre "su sentido respeto y agradecimiento ante su decisión".
"El Rey desea remarcar la importancia histórica que representa el reinado de su padre, como legado y obra política e institucional de servicio a España y a la democracia; y al mismo tiempo quiere reafirmar los principios y valores sobre los que ésta se asienta, en el marco de nuestra Constitución y del resto del ordenamiento jurídico", subraya el comunicado de Zarzuela.

Matices de su abogado

El Rey Juan Carlos ha comunicado este lunes que permanece a disposición de Fiscalía, que investiga si cobró alguna comisión por la adjudicación del AVE a La Meca a empresas españolas en 2011, "para cualquier trámite o actuación que considere oportuna" tras decidir trasladar su residencia fuera de España.
Así lo ha afirmado su abogado Javier Sánchez-Junco, en un comunicado que se ha emitido justo después de conocerse la carta que ha remitido el rey emérito al Rey Felipe VI, en la que ha comunicado su decisión de trasladar su residencia.
"Su Majestad el Rey Don Juan Carlos me ha dado instrucciones para que haga público que, no obstante su decisión de trasladarse, en estos momentos, fuera de España, permanece en todo caso a disposición del Ministerio Fiscal para cualquier trámite o actuación que considere oportuna", reza el comunicado.

Una televisión portuguesa asegura que está en Estoril

El rey Juan Carlos podría encontrarse en Portugal tras haber anunciado este lunes su decisión de abandonar España. Según la televisión portuguesa TVI24, el emérito español se encontraría en Estoril, en el municipio de Cascais.
Estoril ha sido un enclave importante en la vida del ex monarca y su familia. Allí fue exiliado su padre, Juan de Borbón, y en este lugar pasó el emérito su infancia.
Sin embargo, la institución de la Corona no ha informado del nuevo lugar de residencia del emérito, que según ha adelantado en la noche de este lunes la televisión portuguesa podría tratarse de Estoril.


Doña Sofía se queda en Zarzuela 

La decisión del rey Juan Carlos de irse a vivir fuera de España no va a suponer ningún cambio en la situación de la reina Sofía, que va a mantener su residencia en el Palacio de la Zarzuela y a proseguir con su actividad institucional, como venía haciendo desde el relevo en la trono hace seis años.
La madre de Felipe VI, que se encuentra de vacaciones en el Palacio de Marivent de Palma, ha quedado al margen de la controversia al no tener relación con los presuntos negocios en los que pudo participar el rey emérito.
Don Juan Carlos y doña Sofía llevan distanciados en el plano sentimental desde hace varios años, si bien han mantenido la residencia en Zarzuela al ser miembros de la familia real tras la abdicación.
La decisión del anterior monarca de retirarse de la esfera pública en junio del pasado año tampoco afectó a la reina Sofía, ni a su agenda oficial. Doña Sofía siempre ha representado una referencia para Felipe VI y así lo ha reconocido en público en varias ocasiones.
La última fue en diciembre de 2018, en el homenaje por el 40 aniversario de la Constitución, cuando ensalzó "el apoyo permanente y comprometido" de su madre un mes después de cumplir 80 años.
En mayo de 2017, también le expresó su "reconocimiento y admiración" por "el gran ejemplo" que ella suponía y por la "humanidad y compromiso" demostrados en favor de los más desfavorecidos.
Debido a la pandemia, doña Sofía ha visto recortada su agenda en lo que va de año, en el que sólo ha tenido media docena de actos oficiales, entre ellos, la veneración del Cristo de Medinaceli y el concierto de las víctimas del Holocausto, todos ellos protagonizados antes del estado de alarma.
Desde entonces, sólo se la ha visto dos veces, en sendas reuniones del patronato de la Fundación Reina Sofía en Zarzuela, fuera del programa institucional, rodeada de sus colaboradores más cercanos y protegida con mascarilla.
El primer encuentro tuvo lugar el 3 de junio y el último, el 14 de julio, en plena tormenta por las noticias publicadas sobre don Juan Carlos.
Desde la abdicación, el papel de doña Sofía ha menguado, aunque, además de su actividad como parte de la familia real, ha seguido mostrando su lado más solidario, apoyando iniciativas como la del combate contra los residuos plásticos en el mar.
Su momento más delicado lo vivió en abril de 2018 en la catedral de Palma, cuando protagonizó un desencuentro con la reina Letizia al querer fotografiarse con sus nietas Leonor y Sofía.
Antes de la retirada pública del rey Juan Carlos hace un año, doña Sofía protagonizó algunos actos con él que llegaron a interpretarse como una reconciliación del matrimonio, si bien no tuvieron continuidad.
Entre estos encuentros, hubo algunos eventos con amigos, como cuando fueron a la boda del tenista Rafael Nadal en Mallorca en octubre de 2019 o a su academia en la isla unos meses antes. Durante 2020, sólo se la vio con Juan Carlos I a comienzos de año en el entierro y el funeral de la hermana mayor de éste, la infanta Pilar de Borbón, y en el de la viuda del que fue primer presidente de las Cortes tras la reinstauración de la monarquía, Torcuato Fernández-Miranda.
Como acostumbra a hacer cada verano, la reina Sofía ya se encuentra en el Palacio de Marivent de Palma, adonde llegó hace unos días con su hija mayor, la infanta Elena, y su hermana, la princesa Irene. Su hermana es su gran apoyo moral desde hace varios años y quien suele a acompañarla a actos públicos, además de residir con ella en Zarzuela parte del año.
Con ella viajó a Atenas a principios de febrero para asistir a la presentación de los diarios de su madre, la reina Federica, junto con su otro hermano, Constantino.

La fuga de Juan Carlos I / José Antich *

En 1931, hace ahora algo menos de 90 años, Ramón María del Valle-Inclán, tras conocer la marcha de Alfonso XIII camino del exilio, con un botín considerable que hoy equivaldría a unos 75 millones de euros, escribió: “Los españoles han echado al último de los borbones, Alfonso XIII, no por rey, sinó por ladrón”.

Estamos en 2020, un 3 de agosto, inicio de vacaciones de verano muy marcadas por el coronavirus y su nieto Juan Carlos I acaba de dejar pequeño el affaire protagonizado por Alfonso XIII. 

Igual que su abuelo, acaba de emprender el camino del exilio, con una fortuna más que considerable que el The New York Times cifró, en 2014, en unos 2.300 millones de dólares. El Campechano, como ha acabado siendo tratado coloquialmente el rey emérito, huye de España cuando se empiezan a abrir las causas de corrupción que le afectan muy especialmente pero con ramificaciones de diversa índole en el conjunto de la família real.

Es, evidentemente, un golpe a la monarquía española que no tiene parangón desde que fue reinstaurada al frente de la jefatura del Estado hará, dentro de unos meses, 45 años.

¿Está tocada de muerte la institución? Probablemente sí ya que aunque los movimientos del deep state con Juan Carlos I hace tiempo que tienen por objeto, sobre todo, proteger a Felipe VI, es evidente que la dimensión de los sucesivos escándalos de corrupción, su conocimiento de los mismos e incluso su presunta implicación en el reparto del dinero le convierten en una pieza que ya no es imposible de capturar por los partidarios de acabar con la monarquía.

La fragilidad de Felipe VI queda explicitada en un escueto comunicado de su Casa en el que da cuenta de que su padre le ha dirigido una carta en la que nada se dice de su renuncia al título de rey emérito mientras él le muestra su sentido respeto y agradecimiento ante su decisión de exiliarse.

Juan Carlos I destaca que “he sido rey de España durante casi cuarenta años y, durante todos ellos, siempre he querido lo mejor para España y para la Corona”, a lo que su hijo apuntilla la importancia histórica del reinado de su padre “como legado y obra política e institucional de servicio a España y a la democracia”. Ningún comentario sobre el motivo real de su huida.

Toda una tradición en la etapa moderna de relación entre España y los Borbones. En 1854, María Cristina de Borbón, reina consorte de Fernando VII, fue expulsada por ladrona; en 1868, su hija Isabel II se fue al exilio, además de por la ausencia de estabilidad política y su complicada vida amorosa por el robo de unas alhajas de la Corona. Antes marcharon Carlos IV y el ya citado Fernando VII. Y, más recientemente Alfonso XIII, el último Borbón que reinó hasta que llegó Juan Carlos I.

Aunque la caída del rey emérito se ha precipitado en los últimos meses, algun día habrá que analizar a fondo en qué medida la afrenta de Felipe VI a Catalunya al apoyar la violencia policial en los hechos de octubre de 2017 fue la tumba de una institución que hay tiene un suspenso en su valoración y está cada vez más cuestionada.


(*) Periodista y director de El Nacional


¡Viva siempre el rey! / Jaime Peñafiel *

Me refiero a don Juan Carlos que será Rey hasta su muerte.

Quienes admirábamos y hasta queríamos al rey Emérito estamos muy tristes. Nunca, jamás, pensé que su hijo Felipe VI iba a ser capaz de atender la petición de Pedro Sánchez y Pablo Iglesias de actuar contra su padre.

Cierto es que nadie, ni Dios, pueden expulsar a un español del territorio nacional. Pero si obligarle a marcharse como ha hecho Felipe, presionado por el Presidente y el vice, ¿por el bien de la Institución? Yo diría que por el bien de lo que queda de la inexistente Familia Real, a quien Felipe VI , un joven sin empatía ni con la derecha ni con la izquierda aunque buena persona sin esfuerzo acaba de colocarla al borde del exilio. Y, en todo caso, en el principio del fin de la monarquía como quiere Sánchez e Iglesias.

El ex rey Farouk de Egipto cuando fue derrocado por el general Naguib pronunció unas proféticas palabras que he repetido sin cesar y que hoy , con la marcha del Rey Juan Carlos del país en el que ha reinado durante casi cuarenta años con un balance mas que positivo, empiezan a tener sentido: “No me importa haber perdido el trono porque, dentro de unos años, en Europa solo quedarán cinco reyes, los cuatro de la baraja y la reina de Inglaterra.” Por supuesto que Felipe VI ¡no! y mucho menos su hija Leonor.

Me sorprende que nadie haya preguntado ayer sobre el destino de la reina Sofía, esa sufridora esposa que ha tenido no uno sino cien motivos para divorciarse. Se decía que no lo hacía  por estar enamorada de su esposo. 

Yo pregunto ¿donde se encuentra en estos momentos? Por supuesto que no acompañando a su todavía esposo “en la suerte y en la desgracia, en la salud y en la enfermedad hasta que la muerte nos separe”, como le dijo el oficiante cuando contrajo matrimonio en la catedral ortodoxa de Atenas. 

La muy egoísta se ha refugiado en el palacio de Marivent con su hija Elena  ¿para no presenciar como su hijo echaba a su padre de Zarzuela? ...  Puede. A diferencia de la reina Victoria Eugenia que siguió a su esposo el rey Alfonso XIII al exilio.

Saben ustedes, querido lectores, que es el cuarto Borbon que se ve obligado a marcharse si no al exilio si de España: el 17 de octubre de 1840 lo hacia la reina Maria Cristina; el 18 de septiembre de 1868 Isabel II y el 14 de abril de 1931, Alfonso XIII, el abuelo paterno del rey Juan Carlos.

¿Quién será el próximo?  No hay quinto malo.


(*) Periodista


El autoexilio de Juan Carlos I / José Antonio Zarzalejos *

No hay monarquía parlamentaria en un país democrático como España que pueda soportar sin daño institucional el comportamiento del rey Juan Carlos, emérito por abdicación desde el mes de junio de 2014. Desde entonces, el Rey-padre ha sido un constante dolor de cabeza para su sucesor y un factor de erosión de la Corona, algo que ha terminado por derivar en su marcha del país. De manera cíclica, informaciones de solvencia le han vinculado con una relación sentimental por completo inadecuada con Corina Larsen

De esa vinculación se han derivado unas relaciones pecuniarias peligrosas que remiten a operaciones de 'lobby' en el comercio exterior de empresas españolas, beneficios opacos en forma de presuntas comisiones y la extraordinaria manipulación de la figura de su hijo, Felipe VI, que ya en una nota contundente, renunció, por sí y en nombre de su hija, la princesa de Asturias, a la herencia que podría corresponderle tras conocer que figuraba como beneficiario de los fondos depositados en Suiza y procedentes de Arabia Saudí, parte de los cuales habrían sido destinados a retribuir a la otrora amante del Rey abdicado.

Felipe VI ha actuado con la responsabilidad que prometió hacerlo cuando fue proclamado, en junio de 2014, rey de España ante las Cortes Generales. Estos casi seis años de reinado han sido un 'continuum' de decisiones del jefe del Estado que han ratificado su propósito de renovar la Corona y situarla en los más altos estándares de reputación y respetabilidad. 

Para ello, redujo la dimensión de la familia real (los Reyes, sus padres y sus dos hijas); revocó el título ducal de Palma a su hermana la infanta Cristina (que, tozudamente, sigue sin renunciar a los derechos sucesorios, un gesto simbólico pero significativo cuando su marido cumple condena); suprimió los actos de rehabilitación de su padre previstos para 2018 en coincidencia con la celebración del 40º aniversario de la Constitución, e impulsó a don Juan Carlos a abandonar, en junio de 2019, toda actividad pública en representación de la Corona.

Tras conocerse las fechorías económicas de Juan Carlos I, que podrían derivar en actuaciones judiciales de naturaleza penal ante la Sala Segunda del Supremo, Felipe VI renuncia a la herencia de su padre que pudiera corresponderle —también la renuncia alcanza a la princesa de Asturias— y le retira la asignación económica que libremente le atribuía y que alcanzaba la cifra de 194.000 euros anuales. Sin embargo, no es suficiente. 

Salvo para los monárquicos que creen que los indudables méritos del Rey emérito enjugan sus desatinos actuales, es muy posible que los ciudadanos reclamen una mayor contundencia. El Rey emérito debería dejar de utilizar las instalaciones que corresponden a la Corona y pertenecen al Patrimonio Nacional y, manteniéndose a disposición de la Justicia, retirarse a vivir a un país europeo que sirva como expresión indudable de que no empleará su posición para evitar las responsabilidades —institucionales y políticas, y acaso penales— en que haya podido incurrir.

Esa fue la decisión —por motivos bien diferentes, pero conforme a un guion de respeto a la institución— del abdicado rey británico Eduardo VIII (11 de diciembre de 1936) que, al casarse con Wallis Simpson, no se atuvo a las normas de la dinastía. Abandonó el Reino Unido, desempeñó algunos cargos de remota relevancia y terminó sus días en Francia. Era un estorbo para la monarquía británica y actuó en consecuencia. Murió en el retiro, en Francia. La misma dinastía Windsor acaba de aplicar un protocolo implacable al príncipe Harry, nieto de la reina Isabel, al que se le priva de su tratamiento y se le retira la asignación presupuestaria. De inmediato, se desplazará a vivir una parte importante del año a otro país.

La decisión del rey Felipe ha sido la debida. Y la nota de su Casa debe leerse con atención, porque pone en evidencia el doble juego del rey Juan Carlos, al ocultar a su hijo el manejo de su nombre en la fundación nutrida con fondos opacos. Se trata de una conducta que indigna por irresponsable y que requiere un paso más: que Juan Carlos I se retire a un autoexilio para que su presencia, por escasa que sea, no sombree las actividades de la Corona y que evite su disfrute de inmuebles, vehículos y servicios de la Zarzuela. Aquellos que hacemos profesión de fe en la monarquía parlamentaria hemos de ser exigentes por completo, porque el sostenimiento de la Jefatura del Estado, su forma monárquica, está en juego.

Se inicia, además, un juicio político sumarísimo contra el rey Juan Carlos que podría ser también judicial y que trataría, por evidentes intereses ideológicos, de salpicar a Felipe VI y acentuar así la crisis sistémica que padece nuestro sistema constitucional. Juan Carlos I lo apadrinó y lo impulsó. Pero esa autoría histórica no le da derecho a la frivolidad de deteriorarlo con una conducta incalificable. Si se va a otro país, le haría a su hijo un favor y, acaso, lograría rescatar la Corona de la crisis se le viene encima.


 (*) Periodista


Por su interés, El Confidencial vuelve a publicar esta columna fechada el 16/03/2020

Don Juan Carlos ante la historia / Fernando G. Urbaneja *

La bibliografía sobre Juan Carlos de Borbón es extensa e intensa, no son pocos los historiadores de fuste que han investigado la vida y avatares del que ha sido cabeza del Reino de España durante cuarenta años, con un balance de desempeño que resiste a su favor cualquier comparación. 

A todos esos textos de historia y biografía, incluidos los más banales, les falta añadir un muy penoso último capítulo. La salida del anterior Rey del recinto de la Zarzuela era inevitable, la cuestión es determinar cuándo, cómo y dónde. Una decisión que tenía que tomar una persona de 82 años, sometido a presión y soledad desoladoras, bajo la carga de unas responsabilidades que arruinan su trayectoria personal y su propia autoestima.

Por un lado está la sensación de la maldición de los Borbones para vivir en el exilio, aunque no podemos considerar a Don Juan Carlos como exiliado ya que nadie le priva de nacionalidad y derechos individuales (no de todos). La realidad es que abandona España sin precisar destino, solo y  con el compromiso de responder a las demandas de la justicia. 

Su padre vivió en el exilio muchos años, su abuelo se fue al exilio, su bisabuelo vino del exilio, su tatarabuela murió exiliada en Paris y el antecesor, el nefando Fernando VII, también abandonó España medio forzado y medio encantado. Todo ello forma parte de la historia de España y de sus dirigentes.

La decisión de irse de España tiene más carácter simbólico que efectivo y evidencia una soledad desoladora. Don Juan Carlos está en la historia, su relevancia actual es nula, salvo lo que significa rendir cuentas y pagar un precio por sus errores (y por sus aciertos). 

Su suerte no es muy distinta de la que han tenido jefes de gobierno o de estado europeos en fechas recientes, del canciller Kohl, al primer ministro Craxi, de las peripecias de Chirac a las de Berlusconi, del Presidente Nixon a lo que ocurra con Trump.

Las decisiones relevantes del caso Don Juan Caros fueron la abdicación hace cinco años y su punto final como representanta oficial o oficioso de España hace un año y la retirada de la retribución del Estado hace meses. Solo faltaba el desahucio de la Zarzuela. Las anteriores decisiones fueron más relevantes que la conocida ahora de salir de España, aunque esta sea muy simbólica.

Algunos tratarán de extraer consecuencias políticas de esta decisión pero tienen pocas posibilidades de lograr más recorrido político que ruido en los programas de entretenimiento muy necesitados de combustible a comienzos de agosto. Ante la historia la figura de Juan Carlos es sobresaliente por una trayectoria en la que los aciertos y contribuciones a la prosperidad de España son evidentes y están documentados. 

La recta final es desoladora por su propia irresponsabilidad, acentuada por unas compañías locales e internacionales nada recomendables que le han llevado a la ruina moral. Una historia final en la que no están exentos de responsabilidad  los gobiernos que no cumplieron con el deber de proteger al Jefe del Estado de sus propios extravíos.

Ahora toca que la fiscalía del Supremo y el tribunal competente desentrañen las actuaciones de Don Juan Carlos y las de sus acusadores-chantajistas para ir colocando a cada cual en su sitio. En esta historia varios "aprendices de brujos" han jugado a ser más listos en defensa de sus intereses y pueden salir perjudicados por su falta de juicio.


(*) Periodista y politólgo



domingo, 19 de julio de 2020

Casi medio millar de agricultores murcianos se beneficiarán de ayudas para inversiones de modernización de explotaciones agrarias


MURCIA.-Más de 400 agricultores de la Región de Murcia se beneficiarán de las ayudas por valor de seis millones de euros que el Gobierno regional destina dentro de las inversiones en explotaciones agrarias, en el marco del Programa de Desarrollo Rural 2014-2020.

La resolución definitiva, en la que se da cuenta de la aprobación de los 407 expedientes beneficiarios, ha sido publicada en el Boletín Oficial de la Región de Murcia (BORM).
Se trata de ayudas específicas para agricultores profesionales, encaminadas a mejorar los resultados económicos de las explotaciones, facilitando su reestructuración y modernización, con objeto de incrementar la participación y orientación hacia el mercado, así como la diversificación agrícola.
Estas ayudas van a permitir incrementar la competitividad de las explotaciones agrarias, a través de la mejora de los rendimientos y la reducción de los costes de producción, mejorar las condiciones de vida y trabajo de los agricultores y ganaderos en el medio rural, así como las estructuras productivas de las explotaciones para lograr la permanencia de la actividad agraria y mantener la población en el medio rural, preservando el medio ambiente.
Entre las solicitudes de ayuda, la Consejería ha dado prioridad a las inversiones que disminuyen el consumo y las emisiones de contaminantes, tales como la adquisición de nueva maquinaria de alta eficiencia energética o la electrificación rural a partir de fuentes de energía renovables, mediante instalaciones solares fotovoltaicas o eólicas.
Del mismo modo, y dentro de la búsqueda del ahorro y la eficiencia energética e hídrica que persigue el Gobierno regional, se han favorecido las inversiones destinadas a la reducción de pérdidas por evaporación de agua, mediante instalaciones de cubiertas fijas o flotantes que minimicen la evaporación en los embalses, entre otros aspectos.

La Región registra 18 positivos más en las últimas 24 horas y la cifra de activos asciende a 139

MURCIA.- La Región de Murcia ha registrado 11 casos activos más por coronavirus con respecto al día anterior (18 positivos más por PCR) y la cifra ha ascendido hasta los 139, según el balance correspondiente a las 23.59 horas de este sábado publicado por la Consejería de Salud.

Los afectados en aislamiento domiciliario han aumentado en 9, situándose en 118. Respecto al número de personas curadas se eleva a 1.559, siete más respecto al día anterior, contabilizadas con las indicaciones del Ministerio, por las que se computa únicamente los casos positivos por PCR.
Los casos de personas afectadas actualmente son 139 y hay un ingresado en la Unidad de Cuidados Intensivos (UCI), los mismos que el día anterior. Además, las personas ingresadas se mantienen en 21.
En total, la Consejería ha realizado 142.496 analíticas, de las 79.658 son PCR y 62.838 de anticuerpos.
De los 18 casos nuevos que el Servicio de Epidemiología ha detectado el sábado, al menos 10 pertenecen al brote de la zona de ocio nocturno de Atalayas, que asciende a 34 casos. Los demás están en estudio.
Con estos son ya 105 los casos derivados del brote importado de Bolivia.
Por eso, las personas que hayan estado durante este mes en los locales de ocio nocturno de Atalayas y Totana han de realizarle la prueba PCR lo antes posible y guardar cuarentena mientras no conozcan los resultados. Es importante que no acudan al médico sin cita previa.
La Consejería de Salud ha insistido de nuevo en pedir responsabilidad a los ciudadanos, así como respeto a las medidas de higiene, autoprotección, de distancia social y uso de mascarillas de manera correcta para evitar contagios.
Asimismo, ha recordado que si se tienen síntomas compatibles con Covid-19 (fiebre, tos seca, cansancio) o se tiene sospecha, hay que contactar con el centro de salud o llamar al '900 121 2129' y, en caso de indicarse cuarentena por los facultativos, debe respetarse estrictamente.

Las pérdidas del turismo podrían superar los 40.000 millones de euros este verano en España


MADRID.- El sector turístico español podría cerrar el verano con una caída de ingresos superior a los 40.000 millones de euros respecto al año anterior, sobre todo por el previsible descenso de las llegadas internacionales, aunque también el turismo nacional se resentirá por el temor a contagios del coronavirus y por el efecto de la crisis económica.

Usando como referencia los datos de 2019, en los meses centrales de la temporada turística (junio-septiembre) llegaron a España 37,7 millones de turistas extranjeros, que dejaron 43.147 millones de euros, según las encuestas de entradas por fronteras y gasto turístico del Instituto Nacional de Estadística (INE).
En esos cuatro meses de 2019 se registró casi el 47 % de los ingresos por turismo extranjero de todo el año (92.278 millones), cifra que no se volverá a repetir en 2020.
El sector hotelero calcula que la ocupación se situará en torno al 30 %, tal como dijo a Efe esta semana el presidente de Exceltur y CEO de Meliá, Gabriel Escarrer. Esta es la referencia de cómo se puede mover el verano, dado que este tipo de establecimientos son la opción elegida por la mayoría (alrededor del 65 %) de los extranjeros que vienen a España de vacaciones.
La campaña de verano representa, con carácter general, en torno al 60-70 % de la facturación anual del sector. En la hipótesis, muy optimista, de que este año se venda algo menos de la mitad que el pasado, la factura podría situarse en torno a los 40.000 millones de euros si a los ingresos dejados de percibir de los extranjeros se suman los menores gastos de los nacionales.
Los datos de turismo de los nacionales que registra el INE (en este caso las cifras son trimestrales) indican que entre julio y septiembre del año pasado se registraron 61,16 millones de viajes, que indujeron un gasto de 19.297 millones de euros.
De esta última cantidad, 12.762 millones se gastaron en viajes en España y los 6.534 restantes, en desplazamientos al extranjero. Esta segunda partida quedará este año, con toda probabilidad, reducida a la mínima expresión y la primera se verá también mermada, porque aunque se primará el turismo nacional, el temor a los rebrotes del coronavirus y los efectos de la crisis económica se dejarán sentir en la propensión a viajar.
Si a las pérdidas calculadas para el verano se suman los más de 30.000 millones que ha dejado de ingresar el sector hasta mayo por la prohibición de entrada de turistas extranjeros y de movimientos de los nacionales, la factura se dispara por encima de los 70.000 millones de euros.
Habrá que esperar la evolución del cuarto trimestre -cuando los operadores creen que podría empezar a reactivarse con más fuerza el turismo internacional- para ver cómo se cierra el ejercicio, pero Exceltur cree que las pérdidas anuales superarán los 83.000 millones.
Eso significa que se evaporarán en torno a un 60 % de los 140.300 millones que se consignaron el año pasado como ingresos del turismo tanto nacional como exterior: 48.066 millones de gasto de los nacionales y los 92.278 millones de los extranjeros que vienen a España.
Atrás quedará también la racha de siete récords anuales consecutivos de llegadas de turistas extranjeros, que se cerró en 2019 con 83,7 millones de entradas. Nadie en el sector se aventura a dar una cifra de cierre del año, pero a finales de mayo las llegadas seguían estabilizadas en 10,6 millones de cierre de marzo (en abril y mayo no hubo entradas por el cierre de fronteras), casi 20 millones menos que un año antes.
En los cinco primeros meses del año los ingresos de los extranjeros que hacen turismo en España habían caído en 18.977 millones de euros y se situaban en tan solo 11.707 millones.

Junio quedará en cifras testimoniales

Las cifras de junio no se conocen todavía, pero quedarán en números testimoniales y lejos de los 9.696 millones de ese mes del año pasado porque hasta el día 21 de ese mes las fronteras siguieron cerradas. Tampoco se alcanzarán ni de lejos los casi 12.000 millones mensuales en julio y agosto ni los 9.700 millones de septiembre.
Para los nacionales, la caída del gasto podría situarse en torno a los 10.000 millones, porque encuestas elaboradas por diversas consultoras coinciden en que el descenso podría situarse en el 50 %. Un sondeo de EY-Parthenon constata que los españoles viajarán menos y, entre los que viajen, la mayoría gastará menos.
Las comunidades autónomas más castigadas por la caída del turismo extranjero serán, lógicamente, las que más visitantes reciben: Cataluña ha perdido hasta marzo pasado (en abril y mayo no hubo entradas por el cierre de fronteras) casi 4,5 millones de turistas respecto a enero-mayo de 2019 y 3.650 millones de euros.
Le siguen Canarias, que computa casi tres millones de turistas menos y 3.663 millones de menores ingresos, y Andalucía, con 2,9 millones de visitantes menos y 2.190 millones de euros dejados de percibir.
Con todo, el descenso más fuerte en términos de impacto en la economía es el de Baleares, que de 3,47 millones de turistas entre enero y mayo de 2019 pasó a poco más de 400.000 a cierre de marzo último, lo que se traduce en menores ingresos por 2.875 millones de euros.
En las islas Baleares, en torno a un 45 % de su PIB depende del sector turístico, cuatro veces más que la media nacional. En el caso de Canarias, el PIB turístico está en torno al 35 %.

El Papa advierte que «la pandemia no muestra signos de pararse»


CIUDAD DEL VATICANO.- El papa Francisco ha advertido este domingo que «la pandemia no muestra signos de pararse», y ha mostrado su preocupación no solo por los enfermos sino también «por las consecuencias económicas y sociales», tanto más graves en la medida en que no se atajen los contagios.

El Santo Padre está pasando las «vacaciones en casa» durante el mes de julio, y su única intervención pública cada semana es el rezo del Ángelus del domingo con los fieles que acuden, con mascarilla y convenientemente separados, a la plaza de San Pedro.
En el encuentro de hoy, marcado una vez más por la pandemia de coronavirus, Francisco ha dicho que «mi pensamiento va de modo especial a las poblaciones cuyo sufrimiento resulta agravado por las situaciones de conflicto».

El Vaticano ve la situación mundial con gran realismo. Hace tan solo doce días, el cardenal Peter Turkson, prefecto del departamento de Desarrollo Humano Integral, advertía que «las crisis interconectadas -sanitaria, económica y ecológica- están ampliando la brecha no sólo entre los ricos y los pobres, sino también entre las zonas de paz, prosperidad y justicia ambiental y las zonas de conflicto, privación y devastación ecológica».
Según Turkson, «esas crisis interconectadas -sanitaria, económica y ecológica- muestran la urgente necesidad de una globalización de la solidaridad que refleje nuestra interdependencia mundial».
Según el cardenal ghanés, los tres problemas encadenados son los ingredientes de «la tormenta perfecta», por lo que resulta urgente desactivarlos cuanto antes.

Encuentran tres cachorros abandonados en una caja al sol en Murcia

MURCIA.- Agentes del Cuartel de Beniaján de la la Policía Local de Murcia han encontrado a tres perros cachorros abandonados al sol en una caja de cartón en un carril de la Huerta en la pedanía de Los Garres.

Gracias al hallazgo de los agentes, los cachorros han sobrevivido al fuerte calor que abrasa las calles Murcia este domingo y ahora se encuentran en buen estado.

"La mirada de uno de ellos lo dice todo", escribe la Policía Local en Twitter, donde han denunciado el abandono.

Por otra parte, un repartidor de Just Eat, empresa dedicada al envío de comida a domicilio, se encuentra herido de gravedad tras ser arrollado por un coche que se ha dado a la fuga en pleno centro de Murcia.

El accidente ha ocurrido cerca de las once de la noche, en la Avenida Primero de Mayo, a la altura del Puente de la Fica, cuando un turismo de color negro ha chocado contra una motocicleta. El conductor de la moto, un repartidor de Just Eat de 27 años, ha quedado tendido en la calzada y el coche se ha dado a la fuga.

Casi una hora más tarde, la Policía Local ha localizado al conductor del coche y ha sido detenido.

Una ambulancia del 061 se desplazó al lugar, donde atendieron al repartidor, que se encontraba en estado grave, antes de trasladarlo hasta el hospital Virgen de la Arrixaca.

El precio de la vivienda nueva caerá y la de segunda mano (más todavía)


MADRID.- El sector inmobiliario se está reactivando y mantiene el calendario de entregas en el mercado residencial de obra nueva. Pero la consultora CBRE prevé que el precio de estas viviendas puede ceder entre el 2% y el 4%, una caída aún más marcada en el caso de los activos de segunda mano. 

Hay que tener en cuenta que la demanda residencial mostró signos de ralentización previo a la llegada del covid-19, como consecuencia de un entorno de maduración del mercado. En el primer trimestre de 2020 se observó una caída del 16% con 116.000 viviendas vendidas.
Según las estimaciones de CBRE, en 2020 las transacciones totales de vivienda podrían caer en torno a un 20-25% respecto al año anterior, por lo que el total de viviendas vendidas este año rondarían las 425.000/450.000 (inicialmente estimadas en 600.000 viviendas en situación precovid).
En concreto, se prevé un mayor impacto en la vivienda de segunda mano que en obra nueva, y especialmente en la segunda residencia en determinadas ubicaciones como Costal del Sol y Levante. Además, Madrid y Barcelona tendrán un menor impacto en la demanda y se esperan ajustes a nivel provincial de entre el 10% y 15% en el número de transacciones.
El impacto la crisis sanitaria en el precio del residencial dependerá de la ubicación y la tipología de producto. Desde la consultora estiman una caída de los precios de la vivienda nueva de entre el 2% y el 4%.
Mientras que, en el caso de la vivienda de segunda mano, creen que se reajustará de forma más pronunciada, en torno al 6-7%, como consecuencia del deterioro del mercado laboral, la necesidad de venta por parte de los propietarios para conseguir liquidez y la mayor oferta existente.
Sin embargo, estos datos chocan frontalmente con los mensajes que trasladan las principales promotoras de este país, que reiteran que no se producirá una caída en el precio de la obra nueva.
Por otro lado, la provincia de Madrid observará un ajuste en precios en la segunda mano de un 4-5% y un impacto menor en la obra nueva, que rondaría una caída del 1-2%. Mientras que la provincia de Barcelona presentará un ajuste en precios en la segunda mano de un 5-6% y un impacto menor en la obra nueva, con un descenso del 2-3%.
En cuanto a la oferta, la garantía de continuidad y ejecución de las obras en curso, así como las entregas comprometidas son muestras de que el número de viviendas terminadas no sufrirá un impacto por el parón del confinamiento.
Sin embargo, es probable que el número de visados de obra nueva descienda durante 2020 debido a la parálisis de las Administraciones durante el confinamiento, así como a la evolución del comportamiento de la demanda pos-covid.
La evolución del mercado de suelo tras la pandemia dependerá fundamentalmente de su localización geográfica. En este sentido, continuará la actividad inversora en suelos de grandes ciudades como Madrid, Barcelona, País Vasco, Navarra y Valencia.
Las comunidades o provincias que empezaron a tener una mayor actividad antes de estallar la pandemia, como La Coruña, Asturias, Cantabria y Zaragoza, podrían recuperar esa tendencia tras el impacto de la crisis económica.
En cuanto a las costas e islas, van a registrar un descenso de la actividad para las promociones destinadas a público extranjero y segunda residencia. Y el impacto del covid-19 se agudizará con el efecto del Brexit.
Por otro lado, desde CBRE aseguran que la mayor oferta de producto terminado y suelo limitará el interés de los inversores. “Veremos ajustes tanto en la estructura de operaciones como en el precio, la oferta y la demanda de suelo. La escasez de oferta de producto de suelo finalista en los principales mercados hará que una parte relevante de la demanda inversora se concentre en suelos en gestión y nuevos desarrollos”, explican.
La continuidad de las operaciones tras el periodo de confinamiento es un signo de que se mantiene el interés inversor. Una de las tendencias que se observa como consecuencia del covid-19 es el cambio de estrategia de algunos proyectos inicialmente destinados a la venta y que, como consecuencia del posible aumento de la demanda en alquiler, están virando a proyectos Build to Rent (BTR).
Uno de los grandes retos en el multifamily es el aumento del parque de vivienda en alquiler actual para poder satisfacer la demanda existente. Para ello, se hacen necesarios acuerdos de colaboración público-privada y pactos comunes entre las administraciones que establezcan una mayor seguridad jurídica y mayor celeridad en la obtención de permisos y licencias vinculados a la gestión de suelo y edificación residencial.

Hallan genotipos de un hongo en cerdos y jabalíes que podrían transmitir a las personas

BARCELONA.- Investigadores del Centro Nacional de Microbiología del Instituto Carlos III (ISCIII) han publicado en la revista Transboundary and Emerging Diseases un estudio que ha identificado en cerdos ibéricos y jabalíes dos genotipos con potencial zoonósico del hongo parásito Enterocytozoon bieneusi. El trabajo sugiere que este hongo se puede transmitir entre ambos animales, pero también que los cerdos ibéricos y jabalíes pueden actuar como potenciales fuentes de la infección a otros animales y a las personas.

Alejandro Dashti, del Laboratorio de Referencia en Investigación en Parasitología del ISCIII, es el autor principal del estudio, dirigido por David Carmena. Pamela Köster, Begoña Bailo y Verónica Briz, también del Centro Nacional de Microbiología, están entre los autores del trabajo, en el que también participan científicos del Instituto de Investigación Maimónides de Córdoba, de la Facultad de Veterinaria de la Universidad Complutense de Madrid y del Laboratorio de Seguridad Microbiológica Medioambiental y Alimentaria del Departamento de Agricultura de Estados Unidos.
Enterocytozoon bieneusi pertenece a la familia de los microsporidios, hongos que viven como parásitos intracelulares en diferentes animales vertebrados e invertebrados. Este hongo es la causa más común de microsporidiosis en humanos, una enfermedad rara que afecta principalmente a pacientes inmunocomprometidos (por ejemplo, pacientes con VIH o personas sometidas a trasplantes), que normalmente asociada a diarrea y que puede llegar a ser grave. 
La enfermedad puede contraerse de diferentes maneras: por ingestión de agua o comida contaminada con esporas del hongo o tras tener contacto con animales o personas ya infectadas.

Caracterización molecular y epidemiológica

En este estudio, los investigadores han aportado nueva información molecular y epidemiológica de la presencia del hongo E. bieneusi en suinos -un suborden de mamíferos que incluye a los cerdos- domésticos y salvajes en España, un ámbito que hasta el momento es poco conocido. 
La investigación se ha llevado a cabo sobre más de 300 cerdos ibéricos y jabalíes en la provincia de Córdoba, en los que la infección por este hongo se ha confirmado mediante PCR en el 23% de los cerdos ibéricos y el 2% de los jabalíes investigados. La infección es más común entre las cerdas que han tenido lechones que entre los cerdos destinados al engorde.
La investigación ha identificado cinco genotipos del hongo en los cerdos ibéricos, cuatro ya conocidos anteriormente y uno nuevo. En el caso de los jabalíes se han localizado dos de estos cinco genotipos: el nuevo y uno de los que ya se conocían. Los cinco genotipos tienen potencial zoonósico, es decir, provocan una enfermedad en animales que potencialmente puede trasmitirse a humanos (y viceversa).
Con este estudio, que supone la primera caracterización en España de las características moleculares y epidemiológicas del hongo E. bieneusi en cerdos y jabalíes, los investigadores advierten de que ambos hospedadores pueden representar una fuente de contagio de microsporidiosis, tanto a otros animales como a las personas.

El brote de la zona de discotecas de Atalayas alcanza los 34 casos

MURCIA.- La Consejería de Salud ha informado de que se han detectado 18 nuevos casos de coronavirus en las últimas 24 horas. De estos, al menos diez pertenecen al brote de la zona de ocio nocturno de Atalayas, que ascienden a 34 casos. Los demás están en estudio.

Además, Salud ha confirmado que son ya 105 los casos derivados del brote importado del vuelo llegado desde Bolivia.
De este modo, el número de casos activos se eleva a 139, once más en las últimas 24 horas, mientras que los contagiados desde el inicio de la pandemia ascienden a 3.549, dieciocho más en la última jornada.
En aislamiento domiciliario se encuentran 118 personas, once más que ayer; mientras que la cifra de ingresados en hospitales de la Región y en la UCI se mantiene estable en 21 y 1, respectivamente.
El número de personas curadas de la covid-19 sube hasta las 1.559, siete más en 24 horas.
Salud ha recordado que las personas que hayan estado durante este mes en los locales de ocio nocturno de Atalayas y Totana han de realizarse la prueba PCR lo antes posible y guardar cuarentena mientras no conozcan los resultados. Es importante que no acudan al médico sin cita previa.
La Consejería de Salud pide de nuevo responsabilidad a los ciudadanos, así como respeto a las medidas de higiene, autoprotección, de distancia social y uso de mascarillas de manera correcta para evitar contagios.
Asimismo, recuerda que si se tienen síntomas compatibles con Covid-19 (fiebre, tos seca, cansancio) o se tiene sospecha, hay que contactar con el centro de salud o llamar al 900121212. En caso de indicarse cuarentena por los facultativos, debe respetarse estrictamente.
En cuanto a los sanitarios del hospital de Cieza que habían dado positivo en las pruebas PCR, estos han dado negativo en la repetición de las pruebas. Tampoco han resultado contagiados los familiares del paciente que sí está contagiado de coronavirus en la localidad.

Manifestaciones en varias ciudades españolas piden la regularización de inmigrantes

MADRID.- Varias ciudades españolas han celebrado concentraciones para exigir la regulación de los inmigrantes en situación irregular, acabar con la Ley de Extranjería, poner fin a las expulsiones y devoluciones en caliente o la retirada de las concertinas en las vallas de Ceuta y Melilla.

En Madrid, cientos de personas han comenzado esta tarde desde la Plaza de Cibeles hasta la Puerta del Sol una protesta para reivindicar un proceso de regularización "urgente, amplio y sin condiciones".
Los participantes, colectivos migrantes que en su mayoría llevaban mascarillas, han exhibido carteles con consignas como "Nadie es ilegal", "Racismo nunca más", "¡Puentes, no muros!", "¡Solicitantes de asilo, indefensos y en la calle!", "Yo soy humano, ¿y tú?", "No es caridad, es justicia" o "Its borders condemn this system" (Las fronteras condenan este sistema).
El Sindicato de Manteros de Madrid se ha sumado a la marcha en la capital con una pancarta en la que apostaba por "tumbar ya la racista Ley de Extranjería".
En Barcelona, unas 120 personas, según la Guardia Urbana, se han concentrado para pedir que se regularice la situación de los que no tienen permiso de residencia.
Los organizaciones señalan en un comunicado que "la grave situación sanitaria hace más urgente y necesario que nunca que el gobierno central regularice sin condiciones a todas las personas migradas que actualmente viven en el estado español" e indican que "los sin papeles, los sin techo, los jornaleros, las trabajadoras del hogar y los cuidadores" son quienes están "más expuestos" a contraer la enfermedad.
Convocados por colectivos como Sos Racismo, África United, Papeles y Derechos Denonzat, Iruña ciudad de acogida o Caravana ugak zabaldu, alrededor de un centenar de personas se han concentrado en la capital Navarra portando grandes manos negras y una pancarta y varios carteles con el lema "Regularización ya".
También se ha leído un comunicado en el que estos colectivos han exigido al Gobierno que, "de forma urgente, permanente y sin condiciones, regularice a todas las mujeres y hombres que están en situación administrativa irregular dentro de todo el territorio español".
También defienden el cierre de los CIE y CITE, el traslado de las personas confinadas de Ceuta y Melilla a la península y el fin de las devoluciones en caliente y las deportaciones.
Otras exigencias de estos colectivos son la derogación de la Ley de Extranjería y "justicia para todas las personas que han sufrido violencia policial racista e institucional", el fin de "las redadas racistas basadas en identificación por perfil étnico y el fin de la criminalización de las y los vendedores ambulantes" y el empadronamiento en Navarra de todas las personas.
En Valencia, el movimiento #RegularizacionYa, liderado por decenas de colectivos migrantes y antirracistas, también se ha pedido la regularización "extraordinaria, amplia, urgente y de carácter permanente" de todas las personas migrantes en situación administrativa irregular y de solicitantes de asilo.
Asimismo, han pedido que se adopten las recomendaciones del Consejo de Europa, que reclama que se garanticen los derechos de las personas extranjeras en España, el fin inmediato de las expulsiones y las devoluciones en caliente, la retirada de las concertinas en las vallas de Ceuta y Melilla y el cierre de los CIEs", comenzando por el Centro de Estancia Temporal de Extranjeros de Melilla (CETI).
En el marco de las movilizaciones llevadas a cabo hoy en distintas ciudades españolas, la plataforma Regularizacion Ya Bizkaia, compuesta por personas migradas y refugiadas, ha convocado también una en Bilbao, en la que se ha denunciado que la crisis sanitaria por el coronavirus "ha visibilizado y agravado la precariedad de las vidas" de estas personas.
"Con nuestros cuerpos aportamos y soportamos el crecimiento económico bajo la economía sumergida, además de estar en primera línea sosteniendo la vida de los demás".

Sánchez rechaza lo que Europa le ofrece y se enfrenta al primer gran riesgo de su mandato / Francisco Rubiales *

Sánchez le tiene pánico a la fiscalización y la tutela de Europa porque sabe lo que Europa va a exigirle y porque le resultará imposible negar que existe una profunda desconfianza hacia su política de izquierdas. No quiere, bajo ningún motivo, que la ayuda llegue acompañada de los hombres de negro y que tenga toda la apariencia de un rescate, pero la Europa del norte no está dispuesta a regalar nada a un país cuya economía, duramente influida por el comunismo, es débil, caótica y ruinosa, víctima del capricho y del despilfarro, hostil a la empresa y al capital, cargada de instituciones inútiles, con leyes que espantan a la inversión y el emprendimiento y que tiene que mantener, por deseo de los políticos, un Estado desproporcionado, lleno de lastre inútil, cargado de privilegios para las clases dirigentes, sobre todo para los políticos, que en España tienen más fueros, poder y privilegios que los grandes señores feudales del medievo.

La batalla entre la "cigarra" cantarina española y la "hormiga" laboriosa europea se librará entre hoy y mañana, pero será larga y difícil porque España e Italia se resistirán al cambio, sobre todo España, líder de la opereta y el desastre del sur europeo. Sanchez ya está cediendo en sus arrogantes previsiones iniciales, que eran recibir el dinero sin condiciones, un mecanismo al que él llamaba "solidario", pero que en realidad era ridículo porque carece de sentido entregar dinero a un manirroto despilfarrador sin controlarlo previamente y asegurar a los ciudadanos europeos, que en realidad son los que pagan, que su dinero servirá para salvar un país, no para reforzar el poder de un sátrapa.

Ha bastado que Europa ponga la lupa sobre España y analice lo que ocurre detrás de los Pirineos para que el planteamiento español de dinero regalado sea rechazado con fuerza, como ya le han comunicado a Pedro Sánchez los dirigentes de los países del rigor, encabezados por Holanda y Suecia, que cuentan con el apoyo subterráneo de Alemania, que reprochan a España, entre otras cosas, el deterioro de la democracia y el tamaño del Estado, hipertrofiado, insostenible y lleno de enchufados inútiles y privilegios inmerecidos, además de carecer de rigor fiscal y de no haber sido previsora aprovechando los años de crecimiento y euforia económica para crear un colchón fiscal, reducir su peligrosa deuda y acumular fondos de reserva para situaciones de crisis.

En resumen y en román paladino: Europa quiere que España sea un país serio, democrático y decente, no la boñiga injusta, corrupta e inmoral que es hoy, por obra y gracia de un liderazgo político que no ha dado la talla ni sabido gobernar. Pero como no se fía de que el gobierno de Sánchez cambie y corrija su rumbo despilfarrador, caprichoso y enloquecido, quiere mandar a cambio de entregar dinero y obligar a los políticos españoles a que regeneren la pocilga.

La lista de cambios que Europa exigiría es temible, pero altamente benefciosa para España y su pueblo, aunque represente un durísimo golpe en el hígado a la clase dirigente, que tendrá que cambiar y renunciar a su comportamiento sátrapa si quiere ayuda.

Tendrá que combatir en serio la corrupción, reducir ministerios, agencias, empresas, fundaciones, observatorios, institutos y chiringuitos nacionales, autonómicos y locales, liquidar el clientelismo y eliminar la inmensa red de parásitos que ordeñan el Estado sin piedad, hasta el hartazgo, usando coches oficiales, dietas, dinero negro, ejércitos de secretarias y asesores, todo un abuso de poder protegido por aforamientos y tribunales especiales donde es casi imposible que la corrupción galopante sufra condenas.

Se calcula que hay más de un millón de enchufados de partidos políticos en todo el Estado, incluyendo, por supuesto, cada comunidad autónoma. En Europa creen con razón que esa organización es insostenible, ademas de antidemocrática, injusta e indecente.

El dinero sólo llegará si España se somete a un durísimo purgante Europeo de aceite de ricino, eliminando corruptos, privilegios, instituciones, municipios y miles de lujos y abusos sin sentido, además de fortalecer la democracia real dejando libre a la Justicia y retirando a los partidos ese monopolio obsceno que ejercen sobre el Estado, la sociedad civil y el país entero, hasta el punto de que la única manera de definir hoy a España con rigor es como una "Partitocracia abusiva e inmoral".

Después hay un segundo escalón de reformas que no son condiciones inamovibles y que pueden negociarse, aunque Europa las aconseja con gran interés, como son la unión de varios municipios en uno e incluso el rediseño de algunas autonomías para reducir sus desproporcionados gastos. Por ejemplo, Andalucía, Extremadura, Ceuta y Melilla podrían unirse e integrar una única autonomía. 

Habría que "jubilar" también a cientos de miles de políticos, servidores públicos y enchufados innecesarios, eliminar la financiación de partidos, sindicatos y la lluvia de subvenciones públicas que los políticos utilizan para reforzar su poder y beneficiar a sus amigos, además de un largo etcétera que mis fuentes europeas consideran que ocupan medio centenar de folios seriamente estudiados y redactados por los expertos europeos. 


(*) Periodista


Europa hay que merecerla / Benito Arruñada *

Algunos lectores se han contrariado porque en una tribuna reciente apunté que nuestra "europeidad" era un regalo inmerecido. Me basaba tan sólo en que, si bien nos sentimos orgullosos de ser europeos y hasta nos mostramos más europeístas que nadie, algunos de nuestros valores se asemejan más a los de países como Argentina, México o Marruecos que a los de nuestros vecinos europeos; incluida esa Italia que se parece a nosotros menos de lo que nos gusta creer.

Un ejemplo relevante para la encrucijada actual es el que refleja la figura: somos más partidarios de la empresa pública y atribuimos más responsabilidad al estado que al individuo (tanta responsabilidad que hasta resulta lógico que la burocracia del idioma pretenda que escribamos “estado” con mayúscula).

Dado que nuestros valores son tan contrarios a la economía de mercado y la libertad contractual que le da vida, no deja de resultar anómalo que durante los últimos setenta años hayamos liberalizado la economía, acercándola así a los promedios europeos.

Entender esta contradicción nos ayudaría a manejar nuestra tesitura, porque, en esencia, la condicionalidad que nos exigen nuestros vecinos del Norte para seguir prestándonos dinero es que acometamos las reformas que por fin asienten nuestra economía en un mercado libre y competitivo, racionalizando el uso del dinero público y abandonando las pautas corporativistas, de origen franquista, que aún rigen en muchos sectores, empezando por nuestras relaciones laborales.

En esos setenta años nos hemos movido hacia la economía de mercado, pero arrastrando los pies. Ni élites ni masas creían en su superioridad productiva y, mucho menos, en su superioridad moral. Como mucho, la aceptaban como un mal menor.

Imitamos a Europa porque queríamos ser ricos y sentirnos superiores; pero nunca estuvimos convencidos de la bondad de sus métodos. Mucho europeísta incluso tergiversa el modelo europeo, exagerando su estatismo y menospreciando el papel del mercado y la competencia. Sucede así, de forma obvia con las caricaturas escandinavas que proclaman nuestros socialistas y neocomunistas. Luego se sorprenden cuando el Gobierno socialdemócrata sueco quiere que la ayuda europea consista en créditos en vez de transferencias.

Ciertamente, desde los años 1950, hemos hecho grandes esfuerzos para modernizarnos. Pero, en cierto sentido, no hemos tenido que decidir nada. Gracias al turismo y la inmigración, la diferencia de nivel de vida era tan visible que, pese a no creer en las condiciones que nos exigían, estábamos dispuestos a cumplirlas.

La historia confirma este reformismo a contrapelo. Hay que remontarse al Plan de Estabilización de 1957, una liberalización impuesta por la inminente quiebra de la Hacienda Pública, con circunstancias internas similares a las de la crisis de 2008. Como Franco, ZP reacciona mal. Y ambos, cual avestruces keynesianos, sólo corrigen el rumbo cuando no les queda un céntimo.

Más tarde, ya en los años 1980, el anhelo indiscutido de entrar en el Mercado Común nos convenció para hacer la reconversión industrial. Pero la hicimos sin reformar el mercado de trabajo. Incluso agravamos su corporativismo, lo que llevó al cierre a gran parte de la industria y ha impedido que se instalaran nuevas empresas. El de Nissan sólo es el lance postrero de una larga serie de empresas que huyen de España porque los precios de nuestros factores de producción están distorsionados, en gran parte por la vigencia fáctica del ordenamiento laboral franquista.

En los 1990, logramos alcanzar los criterios de convergencia de Maastricht y entrar en el Euro gracias en buena medida a que privatizamos varios monopolios públicos. Pero lo hicimos sin antes liberalizarlos, lo que ha lastrado hasta hoy esos mercados con un notorio déficit de competencia.

Por último, en 2012 capeamos de manera similar la crisis que arrastrábamos desde 2008, subiendo impuestos sin recortar el sector público más que de manera transitoria. Hicimos también las reformas que nos exigían, pero siempre en su versión minimalista. Salimos del paso sin apenas fortalecer los cimientos de la economía.

En todos esos episodios, las reformas se han hecho tarde y mal; pero, sobre todo, a regañadientes. Las hicimos porque lo exigían el FMI o Europa; pero sin estar convencidos de que eran, por sí mismas, beneficiosas. Han sido meras decisiones de supervivencia política, contrarias a las convicciones predominantes, tanto entre los gobernantes como en la ciudadanía.

En consecuencia, las reformas han desaprovechado así gran parte de su potencial. Eso cuando no hemos puesto en peligro sus frutos, sembrando dudas sobre su futuro o diluyéndolas, ya fuera mediante sentencias judiciales (como ocurrió con partes de la reforma laboral de 2012), manipulación de los órganos reguladores (el caso de las privatizaciones) o leyes autonómicas de espíritu gremial y feudalizante (unidad de mercado).

Ignoro qué fuerzas generan esta desconfianza respecto al modelo de mercado europeo. Quizá la pretensión de lograr el bienestar sin cambiar nuestro mitificado modo de vida. Quizá el deseo de preservar las rentas de los beneficiarios del statu quo (todo tipo de monopolistas, incluyendo a muchos trabajadores fijos y funcionarios). Quizá esas rentas son las que también gobiernan la demanda en nuestro estrecho “mercado de ideas”. Sea cual sea el motivo, tal parece que queramos la riqueza que produce el mercado sin tolerar la competencia que hace posible obtenerla.

Debemos preguntarnos si esta manera de proceder, además de limitar los beneficios de las reformas, nos ha infantilizado. En la medida en que no hemos tenido que elegir el rumbo, bien podría ser que nuestra “musculatura decisional” esté atrofiada. Somos como ese montañero que pretende ascender a una cima pero insiste en mojar los pies en cada arroyo del camino. Sólo anda cuando se lo exigen. Como era de esperar, el covid-19 nos ha pillado chapoteando, actividad en la que aún perseveraba estos días el más onanista de nuestros emperadores autonómicos.

Tampoco debiera sorprendernos que, tras la crisis del covid, estemos cometiendo los mismos errores. Queremos que Europa nos siga prestando dinero pero sin hacer las reformas imprescindibles para ser más productivos y estar en condiciones de devolver esos préstamos. Haremos las reformas mínimas que nos exijan, que serán justo las que nos permitan evitar la insolvencia. Incurriremos así en casi todos los costes de las reformas pero sin aprovechar, de nuevo, su potencial transformador.

Con franqueza: nuestra estrategia negociadora no existe. Ni existe ahora ni existió en 2012. Más bien es la resistencia propia de un adolescente confiado en que sus padres consientan que se equivoque, a sabiendas de que es él quien pagará las consecuencias. Lo pone bien en evidencia la insólita insinuación del Presidente del Gobierno de que pediría menos dinero para reducir la condicionalidad. Es de temer que para poder gastarlo a su antojo.

La reforma mínima, cuando no negativa, es, por tanto, la opción más probable. Daríamos así continuidad a nuestra conducta de las últimas siete décadas. La buena noticia es que, aunque parte de nuestro actual Gobierno quiera irse de Europa, ya no convencería ni a sus votantes. Por fortuna, los Pirineos nos aíslan menos que el Atlántico.


(*) Catedrático de Organización de Empresas en la Universidad Pompeu Fabra